segunda-feira, 10 de março de 2014

Indo ao infinito - HER

Nesse carnaval, resolvendo relaxar aproveitar o feriado e o clima raro da cidade, estou assistindo os filmes que concorreram ao Oscar este ano. Me sento então a meia noite para assistir um filme do diretor Spike Jonze, e agora falo para vocês o quanto sou grato por essa obra que me surpreendeu de várias formas, descrevo-o da sendo: um filme inimaginável até que se imagine. 

HER fala de um escritor de cartas chamado Theodore (Joaquin Phoenix) que leva uma vida solitária, tendo que lidar com a separação da mulher que amava, e começa a se envolver emocionalmente com um sistema operacional "SO" chamada Samantha.

Durante o filme ele conversa com o SO, mas meu jovens, não é a mulher do google falando, esse sistema tem a voz sexy de nada mais nada menos que Scarlett Johansson, eu já daria um oscar só pela voz dessa mulher.

È brilhante a criatividade com a qual é tratada a relação de Samantha com Theodore e com o mundo, Ela é um SO de inteligência artificial avançada, possuindo a capacidade de aprender, ter suas próprias emoções, vontades e sentimentos. Ela tem uma visão muito especial sobre tudo, das coisas novas que ela aprende numa velocidade que a pobre consciências humana nem pode imaginar, tendo conversas simultâneas com várias pessoas sobre vários temas, Samantha evolui rapidamente, mas se deixa levar por frágeis e inexplicáveis sentimentos humanos.

A habilidade de Theodore como escritor é também um dos pontos que eu gostei muito no filme, são um conjunto de belas palavras com um sentido ainda mais belo, Theodore é um verdadeiro artista em suas palavras, o que contribui ainda mais na admiração que crescia da máquina por ele. Certamente assim como a voz sensual de Scarlett deixou muitos homens querendo ser um SO,  Theodore  com seu jeito sereno, sensível, confuso e com suas cartas apaixonantes, deixou muitas mulheres babando por ele.


A aura do filme se assim posso dizer, é apaixonante, com uma trilha sonora excelente. Pare um pouco para escutar esse trilha ou não pare, faça o que está fazendo e escute ao mesmo tempo.


Numa determinada cena, Samantha fala sobre como é triste não existir de verdade e não saber se seus pensamentos são reais ou todos programados. Pensei comigo mesmo que nem mesmo eu, um ser humano da vida real, tenho certeza sobre a fonte e a realidade dos meus pensamentos e percepções. Imagine uma máquina dentro de uma tela de televisão, sendo retratada num filme de ficção, e comecei a humanizar Samantha assim como o faziam no próprio filme. 

Talvez Sócrates estivesse correto, e que o mundo dos pensamentos seja o verdadeiro mundo real, livre de imperfeições, livre das forças que nos limitam no mundo palpável. Um filme como esse me faz querer pensar o inimaginável, ver além do jamais visto, ter experiências ainda inomináveis , ler o livro de espaços ilimitados entre as palavras, e depois partir para o lugar onde não se pode ir, chegar ao infinito.



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