O curioso e a Moral

Hoje ao entrar no ônibus voltando pra casa, observei rapidamente um único assento vago. Numa rápida olhada aviste uma figura masculina de idade mediana que estava ali sentado na cadeira ao lado, e tentei imaginar o porque de somente aquele cadeira esta vaga, já que haviam pessoas em pé. Percebia suas roupas sujas, seu cabelo despenteado, as unhas pretas provavelmente de graxa. No alto do meu cansaço não contei conversa, sentei-me, senti então um cheiro que me ativou a memória e ligando os pontos percebi que se tratava de um mecânico. O jeito despojado de se sentar ocupando quase as duas cadeiras e seu olhar embaraçoso, devem ter contribuído para a tão disputada vaga do assento ainda está lá.

Ao me sentar, demorou um tempo até ele perceber que eu estava ali e mudar a posição desocupando a outra parte do  meu assento. Eu carregava um instrumento que comprei a poucos meses, um ukulele, logo que olhou, ele perguntou se era um cavaquinho.

-não, é um ukulele

Ele disse como que perguntando;
-kulele? 

Eu não quis aumentar conversa e balancei a cabeça de forma afirmativa. 

-Mas é parecido com cavaquinho?

Respondi que sim, mas era de origem havaiana. Fui tentar explicar mais coisas sobre o instrumento, ele continuava perguntando, porém, me dando a impressão de não entender muito o que eu dizia. Suas dúvidas então acabaram, ele ficou sentando lá observando tudo e todos, quando três  pessoas a minha frente iniciaram uma conversa sobre matemática, acho que era derivada. O senhor então esticou o pescoço para ver o papel com questões que a menina mostrava para a colega, ele quis pergunta do que se tratava, tentaram explicar ele só balançou a cabeça como quem entendia.  

Ao sair ele pediu licença, eu tive que me levantar pois o espaço era apertado, ele agradeceu e disse boa noite, desceu do ônibus e se perdeu no meio do breu da noite.

Eu tinha a ideia de por alguma outra coisa, como uma moral da história, mas na verdade nem tem moral essa história, eu só quis conta mesmo. Penso que ele achou interessante, sabendo que passava pela UFPI, que ali no ônibus se encontravam estudantes, estava curioso, como uma criança de olhar nervoso, que tenta captar tudo ao mesmo tempo, quis se inteirar dos assuntos.

Pelo seu presente estado, acredito que não tenha tido chance de ingressar quem sabe no ensino médio.

Achei a moral!pera ai, não...era um moeda, me enganei, desculpa.